quarta-feira, 9 de junho de 2010

Nosso Realities


quarta-feira, 5 de maio de 2010

Bandeirantes e seus exageros nas ações de merchandising

Televisão é um brinquedo caro. Bancar tudo o que envolve a sua operação exige muito trabalho e dinheiro, o que leva todas as emissoras a dimensionar e negociar os espaços disponíveis numa equação que atenda todas as necessidades. O minuto vira mercadoria e aí se sai em busca da melhor freguesia.

Nada mais lógico e compreensível.

O que se condena é o exagero e, no caso da Bandeirantes, isso vem acontecendo, propositadamente ou não, em pelo menos três dos seus programas -“Jornal da Band”, “Terceiro Tempo” e “CQC”-, que ainda assim estão entre os de maior audiência e rentabilidade de toda grade.

Os intervalos do jornal são tantos e tão longos que levam o telespectador, em algumas ocasiões, a esquecer o que está assistindo.

E o mesmo ocorre com os outros dois programas, “TT” e “CQC”, mas com o agravante das suas ações de merchandising.

Algo muito próximo do insuportável, com toda certeza para quem participa deles e para quem assiste.

O que se exige é tão somente bom senso e equilíbrio. Uma solução, enfim, que melhor atenda aos interesses de todos.


FLÁVIO RICCO
Colaboração de José Carlos Nery

Merchandising 2010 no domingão do faustão

Ao longo de 2010, ano em que a marca celebra 40 anos, a Redecard ocupará o programa com participações que vão de menções à marca, inserções no telão e vídeo wall, a ações de merchandising com lançamento de produtos e serviços. O patrocínio é um dos maiores investimentos em marketing da história da marca. No ano de comemoração dos 40 anos da marca, a Credicard conduzirá uma arrojada ação de marketing ao longo de 2010, que tem como ponto de partida o merchandising no Domingão do Faustão, na TV Globo. A Credicard ocupará o programa com participações que vão de menções à marca, inserções no telão e vídeo wall a ações de merchandising com lançamento de produtos de cartões e financiamentos, passando por serviços e benefícios de crédito. Segundo Leonel Andrade, presidente da Credicard, o investimento integra a estratégia de consolidar o posicionamento da marca, associando-a à completa solução de crédito, e acelerar a expansão do negócio para transformar 2010 em um ano histórico para a empresa. “Em homenagem aos 40 anos da empresa, teremos um ano com forte expansão nos investimentos em mídia, que resultará em um novo recorde na venda de cartões e dos produtos de financiamentos. Em paralelo, continuaremos a oferecer o melhor do entretenimento nacional e internacional com benefícios exclusivos aos clientes dos cartões Credicard, Citi e Diners Club International”, afirma o executivo. Andrade acrescenta que a escolha do Domingão do Faustão se deve a inúmeros fatores, mas especialmente ao forte alinhamento do programa com a estratégia de comunicação. “Trata-se de um programa democrático, que atinge todas as classes sociais e nos permite flexibilidade e agilidade do conteúdo da comunicação. Ou seja, a cada semana podemos apresentar nossos cartões e crédito, produtos de financiamentos, serviços e benefícios”

quinta-feira, 15 de abril de 2010

BBB = Um imenso comercial sem intervalos em meio a tempestades


“BBB” é melhor forma de merchandising da televisão

Programa, que deu ao vencedor R$ 1,5 milhão, atrai todos os nichos mercado; audiência do reality show aumenta com o uso redes sociais e blogs na internet

“Minhas derrotas eu perco pra ganhar”, a frase “nonsense” do lutador pitboy Marcelo Dourado, vencedor do “Big Brother 10″, resume o vazio de “sentido” de mais uma edição do “zoológico humano” que teve 154 milhões de votos na sua final. Um recorde de participação mundial entre os reality shows do mundo que deve parte de seu sucesso no Brasil a entrada pesada dos usuários das redes sociais e ferramentas de postagem on-line como Twitter, Facebook, Orkut e blogs.

O que parecia ser um fenômeno limitado à TV aberta foi ressignificado com uma sobrevida on-line, na qual mesmo quem não assiste ao programa ouve falar dele e se posiciona sobre os “desacontecimentos” do laboratório televisivo.

Essa ideia da “torcida” que a televisão não pode materializar. Quem são esses 60% de votantes em Marcelo Dourado? Tornam-se frases, “flames” e disputas na internet. Como no Twitter da @mafiadourada que repercute a homofobia do vencedor: “o grande problema desse BBB10 foi juntar gays a seres humanos”. Mas a internet também introduz elementos críticos, de desconstrução dos discursos e comportamentos clichês, além das suspeitas de manipulação das votações levantadas pelos internautas.

Mais importante do que o que é dito pelos participantes da casa (onde está Jean, o homosexual que ganhou uma das edições? Que mudanças ele trouxe para a causa gay?) é esse componente “viral” do programa. Durante três meses, ou pelo menos nas últimas semanas, o BBB abduz e mobiliza um contingente de telespectadores/consumidores que migra de atração em atração, paredão a paredão, num comportamento randômico, mas previsível.

Daí a necessidade de “empacotar”, “glamourizar” esse cotidiano amesquinhado em “atrações” ultraeditadas e editorializadas: clipes de bundas malhadas, corpos ensaboados, músculos, festas a fantasia e figurinos escolhidos, choros copiosos, gritos, sussurros, orgias plastificadas, no meio do que realmente importa: merchandising e comercial sem fim. Não são os BBBs que valorizam as marcas, mas as marcas que dão subjetividade e singularidade aos participantes do BBB!!!

É o telespectador-produtor de audiência, a mobilização da vida que dá “alma”, com suas participações, ao vazio das atrações e virais. Afinal, logo os brothers serão esquecidos. Ou ganharão sobrevida em pontas de novelas, festas de “presença”, programas de fofocas e comerciais do varejo. Muito mais impressionante do que as opiniões polêmicas ou risíveis dos habitantes da casa, com suas subjetividades “prêt-à-porter” -o homofóbico, a “frágil guerreira”, o macho “alfa”, a lésbica, a drag queen, o gay-, é esse democratismo frouxo, United Colors of Benetton, de uma “diversidade” não problemática- um arco-íris de vendas potenciais para todos os “nichos” de mercado.

O dispositivo televisivo descobriu a melhor forma de venda. Em vez de teledramaturgia com intervalos comerciais, um mega comercial de carro, computador, televisor, refrigerante, protetor solar, creme de cabelo, detergente, tira-mancha, cartão de crédito, moto, celular, no meio de uma tempestade hormonal/emocional.

A telenovela do real não vale um milhão e meio para o vencedor, vale um passe-celebridade provisório para que alguns possam acumular capital social antes de desaparecer no limbo televisivo, substituídos pelo próximo “viral”. Vale milhões em ligações telefônicas, merchandising, publicidade, audiência para a emissora. Vale zilhões de subjetividades potenciais capturáveis para dar sentido, encanto, fetiche aos brothers despotencializados e “agregar valor”, “vida” às mercadorias.

IVANA BENTES é professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação da Escola de Comunicação da UFRJ e diretora da ECO-UFRJ

Texto publicado na Folha de São Paulo/Ilustrada 01/04/2010

quarta-feira, 31 de março de 2010

A maior vitrine do ano

A décima edição do reality show Big Brother Brasil começou e terminou melhor que todas as edições anteriores, prometeu e cumpriu suas altas cifras. As cinco cotas de patrocínio do programa que foram fechadas, quatro delas foram compradas pelas marcas que fizeram parte da edição de 2009 da atração: Fiat, Niely, Ambev (Guaraná Antarctica) e Johnson & Johnson (Sundown). A novidade no quadro dos patrocinadores foi a Unilever (com a marca Knorr) que entrou no lugar do HSBC, que há anos patrocinava a atração, mas que ficou de fora da décima edição.Cada cotista desembolsou cerca de R$ 13,5 milhões para ter a sua marca confinada na mansão do reality show. Somente com esses patrocinadores, a Globo já angariou um total de R$ 67,5 milhões antes mesmo do programa entrar no ar. O montante, entretanto, deverá ser pequeno diante do faturamento que ainda está por vir, já que o Big Brother é conhecido por ser uma vitrine de marcas, abrigando inúmeras ações de merchandising nas provas, festas e ações que definem a dinâmica do jogo.